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Correr ou não correr? Eis a questão.


Aviso: este texto está sendo escrito sob o efeito da endorfina produzida durante a Disney Magic Run (ou Corrida Mágica da Disney).


Sim! Você leu certo: CORRIDA. Já comentei aqui sobre os problemas ortopédicos crônicos que me acompanham desde a infância. Já operei o pé (aos 6 anos de idade), o joelho direito (aos 12) e o esquerdo (aos 22). Isso sem falar em anos e anos de fisioterapia (a qual a coluna, hoje ereta, agradece). Só que, mesmo depois das bem-sucedidas cirurgias, os joelhos continuaram sendo meu ponto fraco, e a consequente inabilidade nos esportes também.

Uma vida inteira sendo a última escolhida para os times na aula de Educação Física. Uma vida inteira sendo a última nas brincadeiras do prédio. Fossem amigos ou inimigos, ninguém me queria no seu time (Pausa para um recado aos amigos de longa data: Relaxa, gente. Essa uma questão já superada). Porém, não há como negar que isso teve consequências na minha relação com os exercícios físicos. Foram anos e anos achando que eu não era capaz. Eu ia na academia e sempre tinha a sensação de que as pessoas me observavam e riam de mim (olha a maluquice!). Eu me achava estabanada e jamais em tempo algum tentava qualquer exercício que pudesse me constranger. Até que um dia...

Tudo começou mais ou menos há um ano, acompanhando as corridas da minha amiga Flávia. A Flávia sempre foi boa nos esportes. E sempre teve um espírito de liderança generoso. A gente se conheceu na escola, quando eu tinha 13 anos, e somos amigas até hoje (porque a Flávia - ao contrário do restante da oitava C - aceitou ter alguém como eu no time dela). E foi observando a Flávia que eu comecei a me perguntar por que as pessoas correm. E comecei a querer ser parte de algo assim. Mas eu achava que não podia.

Eu realmente não posso correr longas distâncias (fica tranquilo, dr. Moisés, não vou destruir os joelhos que o senhor consertou). Então me lembrei da Disney Magic Run e da opção de caminhada. O evento não acontecia no Brasil havia três anos. Mas exatamente agora, em novembro de 2019, ele ia retornar ao país. Entrei no site e, morrendo de vergonha, me inscrevi na caminhada de 3km, na qual crianças também podiam participar. E não contei para ninguém (porque muitos amigos iriam fazer piada sem entender o tamanho da superação que isso significava para mim).



Quando chegou o dia - hoje, no caso - coloquei a camiseta e senti um frio na barriga. Quando prendi meu número de identificação, entendi que aquilo estava mesmo acontecendo. E que isso era legal pra caramba. Foi quando percebi que não importava o que os outros iam dizer. Esse momento era meu e eu estava vivendo isso por mim. Apertei o "foda-se" e postei uma foto no Instagram. E corri. Sim, eu corri uma parte do trajeto. Exatamente como treino na academia: caminha um pouco, corre um pouco, caminha um pouco, corre um pouco... E vi que muita gente que se inscreveu na corrida de gente grande, a de 8 km, também fez isso.

Ao terminar o percurso, me senti tão bem, que já me inscrevi na próxima: a Trolls Run (a criança em mim curte uma corrida de desenho animado). E dessa vez serão 5km! Porque, como disse a Flávia: "Cada um no seu ritmo. A diversão é que vale. Vá nas corridas que te motivam! Parabéns pela iniciativa!!! Quebrou uma barreira. Venceu um medo!". É isso. =)



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